terça-feira, 29 de outubro de 2013

As cores que não encontrei


Mais um trabalho traça! Em breve teremos novidades!


Acrílico sobre tela 80 x 100 cm


Tramas.

Traças.

Verbo.

Silêncio.

Tempo.

Cor.

As tramas por aí.

As traças que alimento.

As palavras que nunca digo.

O tempo.

As cores que não encontrei.



Inté


Mariana.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Poetinha


Nos últimos dias agitados, pensando em processo criativo, inspirações, remexendo lembranças, ouvi falar dos 100 anos que Vinicius de Moraes faria. 
Li um pouco de sua história. Nasceu no Jardim Botânico, cresceu em Botafogo, muitas mudanças, muitos lugares...tudo tão familiar.

O poetinha é determinante em minha vida, mesmo antes de escolher, sua música já era presente na vitrola da minha infância.

Depois veio a Arca de Noé, disco infantil de poemas infantis musicados.

Com ele vieram São Francisco e os bichos, o Relógio e o tempo, A Casa engraçada sem porta sem nada.

Imagens, sons e palavras que povoaram minha imaginação de criança.

A música da corujinha cantada por Elis me dava um sentimento tão incômodo que sempre pulava a faixa do disco, acho que a peninha me angustiava.

Mais tarde encontrei suas músicas, a voz suave...

O samba, o amor, a tristeza, o candomblé...

Depois veio a poesia, a palavra.

A pátria, os sonetos, a amizade , o encontro...

Palavras sempre tão caras em meu caminho.


"E achava bonita 
A palavra escrita. 
Por isso sofria. 
De Melancolia 
De sonhar o poeta 
Que quem sabe um dia 
Poderia ser." 
Poeta aprendiz - Vinicius de Moraes


Construíram a traça de hoje.

A relação de pintura e palavra.

Uma leva a outra.

Muitas vezes a imagem se cria a partir do sentimento de uma música, de uma lembrança, de uma palavra.

Noutras vem só, com cor e forma.

É nessa mistura que acontece o trabalho.

Obrigada Vinicius.

Obrigada pela companhia de sempre!

Suas músicas tem som de casa, de aconchego.

Estão sempre comigo nesse caminho de traça.




Em homenagem a ele ...



Acrílico sobre papel



E compartilho aqui o link para o programa Arquivo N da Globo News em homenagem aos 100 anos de Vinícius.

Inté!

Mariana








quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Barcos de pesca em Arles

Em 1888 Van Gogh deixa Paris seguindo para Arles, próximo ao Mediterrâneo. Sobre sua mudança escreve: 
Me parece ser quase impossível trabalhar em Paris
Com a intenção de criar uma cooperativa de artistas, aluga um estúdio ao qual dá o nome "Casa Amarela". Ali convive com Gauguim Por algum tempo.

No início de junho do mesmo ano visita a vila pesqueira de Santes-Maires-de-la-Mer, onde, em poucos dias, cria doze trabalhos. Assim descreve uma de suas marinhas:
Eu fiz o desenho dos barcos quando sai de manha muito cedo e agora estou trabalhando em uma pintura com base nele, uma tela de tamanho 30, com mais mar e céu a direita. Foi antes dos barcos sairem apressados; eu os tenho visto todas as manhas, mas como eles saem muito cedo eu nao tinha tido tempo para pintá-los. 
 Fonte: http://www.vangoghmuseum.nl


Barcos de pesca na prais em Saintes-Maries-de-la-Mer, 1888 (óleo sobre tela 65 x 58,5 cm).
 Fonte: http://impressionistsgallery.co.uk


Há muitos anos, em tempo de férias,  via na parede de uma casa, numa praia que frequento desde sempre, uma reprodução desse trabalho. Costumava parar às vezes a olhá-la demoradamente. Pensava em como ela combinava com a casa da praia e voava até ela, nalgum museu do mundo, observando suas pinceladas frenéticas, as cores e estilos dos barcos que lembram as canoas coloridas do Nordeste  do Brasil. Imaginava se algum dia a veria, mas depois me esquecia e me entregava a brisa do meu mar, do mar que sempre conheci e suas canoas a dançar.

E eis que, sem a praia e sem a parede de pau a pique, ela se apresentou para mim naquele mágico museu em Amsterdam. Sabia eu que outras obras de Van Gogh estavam ali. Mas aquela, menos célebre, não conhecia seu destino. 

A emoção de vê-la "em carne e osso" me tomou de assalto, me fez mais feliz, mas realizada de ali estar. É mais ou menos isso que a arte faz. É por isso que repito a fala de Estrigas quando diz que "a arte não tem importância nenhuma, mas ninguém pode viver sem ela". Me demorei. Me aproximei, retrocedi, queria tocar a tela tao familiar. Sempre havia podido tocá-la na praia. 

Fui flagrada no meio do namoro. Ganhei uma foto com ela.


Até logo,

Ana Pires.











quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Van Gogh

Em agosto último visitei alguns museus com acervos importantes da história da Arte. De volta, decidimos compartilhar aqui algumas impressões que estas visitas me deixaram.

Começo pelo museu Van Gogh, em Amsterdam.
Devo dizer que ali estive em estado de puro deleite dos sentidos e, buscando alguma racionalidade, estudei um pouco do processo de criação daquele que é um dos mais conhecidos e controversos representantes da pintura impressionista na Europa.

Sobre este museu em particular, pretendo fazer alguns posts onde tentarei por em palavras o que, de fato, transcende explicações. O primeiro deles, por motivos óbvios, não poderia deixar de falar do azul.

Em 31 de janeiro de 1880 Vincent Van Gogh recebe uma carta seu irmão Theo com a notícia de que a esposa havia dado a luz um menino. Conta também que o bebê receberá o nome do tio. No texto, Theo expressa o desejo de que o filho seja tão perseverante e corajoso quanto o irmão mais velho. De pronto o pintor se dedica a criar um quadro para comemorar a chegada do sobrinho ao mundo.

Elege, então como tema galhos em flor contra um céu azul. A pintura teria lugar sobre a cama de Theo, no quarto do casal.

Assim, para simbolizar a nova fase na vida do irmão, Vincent escolhe uma amendoeira, árvore que floresce cedo, anunciando a chegada da primavera no início de fevereiro. Abaixo a Amendoeira em flor de Theo.
(fonte:http://www.vangoghmuseum.nl)





Almond Blossom, 1890 Vincent Van Gogh (óleo sobre tela 73.5 x 92 cm) 

Van Gogh Museun, Amsterdam





A história por trás do trabalho que, dentre muitos, me encantou por seus azuis me parece ainda mais encantadora. 

Coincidência ou não, senti a energia contagiante que os azuis trazem para quem cresce debaixo do céu do Ceará, tendo como limite o deslimite do Atlântico. Coincidência ou não, é azul. Coincidência ou não, iniciamos uma nova fase com a exposição do Traça que acontecerá em breve. 


Até logo,

Ana Pires.





  


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Tela azul

Dia de novidade! 
Mostramos uma tela que gostamos muito! 
Para celebrar meio ano de blog com mais de quatro mil visualizações, onde falamos em nosso processo criativo, processo de criação e principalmente na parceria postamos uma foto do trabalho acontecendo! Nem sempre pintamos ao mesmo tempo, mas nesse caso foi assim!
E por fim um pequeno texto para a tela azul!

Inté!


Ateliê traça - Foto: Luana Lima





Acrílico sobre tela 150 x 120 cm



Para a tela azul


Encontro-me ali

No azul

Azul que escolhi

Azul que me guarda.

Partindo do azul

Encontrei os verdes, os violetas

E até outros azuis.

Muitas vezes me misturo

Outras reafirmo o azul na essência.

Estou ali

No meio de muitos

Cada qual com seu tom

Cada um com seu ruído

Alguns berram

Precisam ser ouvidos

Ouço.

Percebo a trama que nos liga

Que nos amarra

Que nos protege.

Entendo que caminhar junto,

azul, colorido, enredado,

nos faz vivos

nos faz mudar de cor.


Mariana




terça-feira, 1 de outubro de 2013

Perceber a vida


Acrílico sobre tela 90 x 70 cm



Cansaço, desânimo...

Dias em que só enxerga o que é ruim, negativo

Desconforto.

Olhar o mundo cinza lá fora, sem graça.

Quebrar o ciclo, perceber a vida.

Será o momento que precede a transformação?

O recolhimento que reflete e amadurece.

Às vezes dói, ou nem tanto.

Sentidos alerta,

Mergulhar novamente

E sair lá na frente mais inteira.

E confortável com ela mesma.




Té!

Mariana.