quarta-feira, 1 de maio de 2013

Poesia, alimento da alma

Temos pensado muito sobre nós, mergulhadas que estamos no nosso processo de criação. E criar é trazer pra fora o lado de dentro. É virar do avesso, é despir a pele, é saciar a fome de parir o belo, é respirar as cores e digerir formas, saltar invernos, acender o ar: poetizar.
E, poetizando, pintei com palavras meu Auto retrato:

Vivo do amor mais profundo
Sofro da mais pura dor
Sou fogo laranja
Sou céu muito azul em dia quentíssimo de verão
Sou nuvem carregada
sou raio e trovão
Sou tornado
Sou onda que transforma a paisagem, castiga pedras
Sou frio intenso
Minha paleta desconhece os cinzas, os opacos, os médios tons
Vivo porque vibro
Meu amor é épico, imensidão
Meu descontentamento, noite escura
Quando choro inundo a alma, o solo, o mundo
Sou calmaria, vácuo
Subo aos mais altos picos
Mergulho profundezas abissais
Sou o extremo, o absurdo, o exagero
Meu nome é intensidade
Marco a vida a ferro incandescente
Guardo memórias em porta jóias
Distribuo bondade aos peixes
Meu desejo percorre países, continentes
Não quero a racionalidade
Eu dobro, não ando
Minha existência se encerra em um músculo: tum, tum, tum.

Para alimentar-vos de poesia, que é a vida mesma, hoje compartilho uma entrevista de Adélia Prado na qual ela passeia pelo conceito de arte e processo de criação artística primorosamente.

Até a próxima.
Ana Pires.





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