Da janela

As cores e as formas vão tomando conta do tempo.

Com a prática diária vem a vontade de pensar o trabalho,

esse sempre foi nosso processo.

Reler o que escrevemos até aqui, revisitar o que produzimos entre imagens e pensamentos pode nos ajudar a perceber o que acontece agora.

Em um post lá de março de 2015 escrevi: 

Tal qual a lagarta que tece o próprio casulo e fica lá a matutar, ficamos nós, meio órfãs da parceria, sem a força uma da outra, o contato, a palavra, o dia a dia, as risadas, as músicas, as discordâncias , os desagrados.

Pois é, hora de deixar o casulo, hora de deixar a "orfandade" e reencontrar nossa força.

Tal qual a borboleta quando deixa o casulo e liberta suas asas estamos aqui reencontrando as cores e com muita vontade de jorrar tudo o que matutamos nesse tempo.

Pintura, bordado, costura, colagem, cerâmica,muro, poesia?

Quem sabe?

Quem sabe de tudo um pouco?

Ou talvez de tudo muito?

Mergulho

Acrílica sobre tela

Mergulho
Encontro
Emaranhado
Busca.
Mergulho
Encontro
Fôlego
Acolhimento.
Respira...

Trabalho

Acrílica sobre tela

“Que a inspiração chegue não depende de mim. A única coisa que posso fazer é garantir que ela me encontre trabalhando.”

Pablo Picasso

Seguimos trabalhando muito por aqui!

A primeira tela da nova fase

Acrílica sobre tela.

Depois de nossa primeira exposição, trabalho na rua, acontecendo, nos separamos. 
Não por vontade, apenas coisas da vida. 
Ano passado, juntas de novo, a vida seguiu impondo suas questões. 
E então surgiu o desafio de um tema, algo que nunca tínhamos feito. 
Como diria o menino bruxo: mal feito feito! 
E daí não paramos mais! Seguindo entrelaçadas com a vida que escolhemos, amores, pais, irmãos, filhos, neta, sobrinhos.
Vida ordinária. 
A arte no centro dos amores que nos unem. 
Assim nasceu a primeira tela que pintamos nesta fase nova. 
Tal como as traças, voltamos a roer e corroer o que podemos e até que o não queríamos! 
Pintamos pela primeira vez em formato menor. 
E, pensando em novas possibilidades, levamos o trabalho como a maioria das mulheres. 
Equilibristas que somos, com tantos papéis que nos cabem e que se nos impõem. 
Abertas, curiosas, trabalhando nos fios de nossas teias.

Passado?

Acrílica sobre tela.

Passado.
Presente.
Transformação.
Intuir.
Fluir.
Entregar.
Guardar.
Digerir.
Tecer.
Saborear.
Amar.
Cansar.
Matutar.
Gestar.
Ver.
Ouvir.
Metamorfosear?

Acrílica sobre tela.

Enredados.
Todos estamos.
Gente.
Bicho.
Árvore.
Céu.
Mar.
Olhar adiante.
Encher de cor.
Carregar a sombra.
Reparar a luz.
Seguir.

Recomeço

Acrílica sobre tela.

Essa não é a nossa primeira tela de agora.
A primeira virá depois.
Essa tela vem de um desenho que estava guardado.
Esperando pra ser lembrado, pensado e finalmente pintado.
Talvez ele seja mesmo o recomeço.
O reencontro da traça com o azul!
Ah! O turquesa! Como viveríamos sem ele?
Taí de novo a parceria acontecendo.
As formas e cores nos tomando.
O trabalho diário, as concordâncias, as discordâncias.
Tal como a figura agora botamos pra fora o que andamos vendo e sentindo por aí!
Ela tem muito do sentimento que vivemos agora.
Tempos tristes e sombrios nos alcançaram.
É preciso digerir o que vem nos envenenando.
É preciso transformar tudo o que não presta!
É preciso fazer Arte pra respirar.
É preciso proteger a delicadeza, a gentileza, a vida!
Por isso cuspimos renda e cor!
Assim seguimos vivendo e sobrevivendo com a Arte sempre.
Tão necessária agora.