quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Roda mundo que gira...


Hoje o blog completa cinco meses! 
Escolhemos mostrar mais um trabalho novo e publicar o primeiro texto escrito à quatro mãos entre Brasil e Peru! 
É! A parceria continua, seguimos como aprendemos com Manoel, esbarrando nos deslimites das palavras, lembrando de não sermos razoáveis e continuarmos olhando as coisas de azul!



Acrílico sobre tela 120 x 120 cm


Penso em ciclo.
Na memória um pedacinho de música que ouvia quando criança
“mundo que gira... que gira e que roda...” Devia ser uma ciranda
Com essa lembrança percorro um caminho
Caminho da imaginação de criança
Dos encontros da vida.
Nessa hora recebo mensagem da outra traça distante muitos quilômetros...
Falo desta tela, falo que estou escrevendo e ela responde:
“roda mundo roda gigante roda moinho roda peão o tempo rodou num instante...”
Esse é o nosso encontro, a nossa sintonia. 
Um fio invisível e tão forte que nos une. 
Uma comunicação que viaja por países e culturas. 
Sem cabos, nem wifi e assim mesmo alcança nossa alma de traça: inconsciente compartilhado? Sabe lá...
Os pincéis da criatividade se movem sem muita ordem. 
Costumam vagar sem destino com grandes olhos de ver. 
Respiram o orvalho do ser, dormem nas margens do intelecto, vivem no mais puro deleite: cores, sons, palavras, nuvem, azul, sabor, aromas, sentidos e sentimentos, infinito. 
Ordem no caos ou caos na ordem?
Na imaginação da artista nesse caminho
Surgem figuras
Derramam-se cores,
Enredam-se os azuis.
E nessa ciranda dá-se o trabalho da artista.
Um parto mais.


Inté!




terça-feira, 3 de setembro de 2013

"De tudo ao meu amor serei atento..."



Acrílico sobre tela 70 x 120 cm



Dia de mostrar mais um trabalho!

Hoje pegamos emprestadas palavras do querido poetinha Vinicius de Moraes. 

Um soneto já bem conhecido, mas que nem por isso deve deixar de ser lembrado!

Soneto de fidelidade 
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.



Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.



Inté!